As quedas acidentais na água não são comuns. Mas os tripulantes devem estar preparados caso isso aconteça. De acordo com o coronel Ricardo Nunes, comandante do 2° Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, a primeira providência ao entrar em uma embarcação, é colocar o colete salva-vidas – que, obrigatoriamente, deve estar em número para atender o número de passageiros – ou, pelo menos, através de um instrutor, saber como manuseá-lo. Porém, na prática, nem sempre essa recomendação é seguida. Então, como agir quando há um homem ao mar?
Segundo Ricardo Amatucci, presidente da Associação Brasileira de Velejadores de Cruzeiro (ABVC), a primeira atitude do timoneiro deve ser parar o descolamento da embarcação e designar alguém para ficar olhando para a pessoa que caiu no mar para não perdê-la de vista. Se necessário, deve retornar ao local e tentar chegar o mais próximo e com cuidado para não atropelar a vítima. O segundo passo, é usar o GPS – que, em geral, tem um botão chamado MOB ou Man Over Board – para marcar imediatamente a posição da queda, enquanto um terceiro tripulante lança um bóia circular com retinida, segurando com força a ponta oposta do cabo – que nunca deve estar amarrado de forma a facilitar as manobras de acesso.
Se o acidente ocorrer à noite, os cuidados com o procedimento de salvatagem precisam ser redobrados. Com a baixa iluminação solar, deve ser utilizado um facho Holmes – tipo de lanterna que acende quando jogada na água e que deve estar sempre com pilhas, funcionando e atada à bóia circular. O uso de pirotécnicos para iluminar a área próxima também pode ser feito. Entretanto, em qualquer que seja o horário, Ricardo Amatucci ressalta que o restante da tripulação não deve ser colocado em perigo. “Se houver dificuldade ou impossibilidade de efetuar o resgate, o socorro especializado deve ser acionado”, afirma.
Durante este processo, existem condutas que as pessoas que estão a bordo não podem ter. São elas: desobedecer um comando dado; querer fazer o que foi determinado para o outro; pular na água; entrar em pânico e ficar gritando ou ainda tomar uma decisão sem solicitar permissão ao comandante – que, geralmente, é a pessoa mais experiente a bordo e, em tese, responsável pelo resgate. De acordo com Amatucci, “isso tudo atrapalha e desconcentra a operação, podendo colocar a vida do homem ao mar em risco”.
Estas medidas são para um procedimento básico de salvamento e devem ser realizadas o mais rápido possível. Todavia, a forma de conduzir as ações muda, radicalmente, quando quem cai no mar é você. O coronel Ricardo Nunes firma que a primeira coisa em mente deve ser conter a agitação e o medo. “Mesmo que a pessoa não saiba nadar, se ela estiver calma, ela vai conseguir se manter na superfície. É um instinto de sobrevivência”, disse.
Veja abaixo dicas de outro coronel, o comandante Carlos Araújo, do 1° Grupamento Marítimo (1° GMAR), em Botafogo, de como se comportar enquanto estiver na água:
• Se tiver algo boiando, suba: dentro da água o corpo perde calor mais depressa;
• Se livre de tudo que faz peso, como casacos e sapatos, por exemplo;
• Se estiver de colete, tente fazer algum reflexo na direção da embarcação com o próprio colete (há reflexivos);
• Procure não se debater. Tente boiar de costas ou na posição que for mais confortável.
As pessoas que estão ao mar, no geral, não devem desperdiçar energia nadando à toa, por exemplo. A menos, que exista terra à vista muito perto do local onde se caiu. “Hoje em dia, existe celular, que é um meio rápido pedir socorro. Além disso, o Corpo de Bombeiros vai lançar um novo canal VHS, que aciona ao mesmo tempo a corporação, a Marinha e algumas colônias de pescadores. Então, o mais indicado é que a pessoa não saia nadando para não se perder no mar”, declarou o coronel Carlos Araújo.
Fonte: http://www.dicasautore.com.br/ |
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